Você Precisa Mudar! A Contemplação

Realmente mudar não é muito fácil ou um processo confortável, afinal de contas sair da “zona de conforto” nem sempre é agradável. Mas às vezes, muito necessário! A mudança significa crescimento e desenvolvimento. E você, quer mudar? Preste atenção em sua resposta, você quer mesmo mudar?!
Vimos anteriormente que durante o processo de mudança as pessoas passam por cinco fases distintas: Pré-Contemplação, Contemplação, Preparação, Ação e Manutenção. Discorremos já sobre a fase da Pré-Contemplação e agora te convido a entrarmos no segundo estágio deste processo: a Contemplação.
Na fase da Contemplação, você passa a considerar seu problema e a possibilidade de mudar. Neste momento há a abertura para a consideração de informações e é um momento de decisão importante para todo o processo. Para Miller e Rollnick (2001), a Contemplação é o estágio no qual a pessoa está bastante aberta à consideração de informações e à balança decisória. Neste momento o indivíduo pode estar esperando uma última informação para convencê-lo da mudança, como se está informação pudesse decidir por ele. Quem decide sobre a mudança é você!
É possível que você enfrente algo que chamamos de Ambivalência, que é, “querer e não querer mudar!”. “Eu quero, mas...”. Se você continuar colocando o “mas...”, buscará sem sequer perceber, condições para recair e envolver-se novamente naquele comportamento. Acreditar de alguma forma que aquele hábito, te traz algum tipo de benefício pode te encarcerar na ambivalência. “Fico mais simpático”, “não engulo sapo”, “tenho que falar por último”, “fico menos tímido”, “me dá coragem”, “me comunico melhor”, “trabalho melhor”, “penso melhor”, “me ajuda a relaxar”, são pensamentos que não vão te ajudar em nada. Aqui, você vai ter que colocar tudo isso em uma “balança”.
Talvez você sinta desejo de repetir aquele comportamento-problema, principalmente em situações propícias ou próximo de pessoas que te remetam ao velho hábito. Neste momento, volte aos pensamentos dos danos que obteve e dos benefícios que está obtendo ou que vai conseguir a partir da mudança. Isso vai te ajudar!
Outra coisa, se você já passou pelos estágios da mudança alguma vez na vida, ou várias vezes, mas não conseguiu se manter e agora está na fase da Contemplação novamente, cuidado com sentimentos de Resignação, ou seja, de desmotivação para a mudança. Chamamos de Auto-eficácia sua capacidade de ter permanecido “mudado” em períodos anteriores. Quando pensar que falhou, lembre-se de que você experimentou o bom sabor da mudança e que é possível conseguir novamente!
Se você decidiu que precisa mudar, comece a coletar o máximo de informações possíveis sobre o problema que enfrenta e a situação que precisa ser mudada. Quanto maior o conhecimento que tiver a respeito dos prejuízos que seu comportamento está lhe causando, maior será sua motivação para a mudança. Se você está considerando a mudança de fato e a contempla, não mais reluta, fica resignado, rebelde ou racionalizando seus atos, pense a respeito dos males que seu comportamento já lhe trouxe. Se preciso for, pense nisso todos os dias! Lembre-se de que é você quem decide pela mudança!
Outro ponto importante que aconselho que você reflita a respeito são os pontos positivos e vantagens que vai obter com sua mudança. Durante o período em que manteve aquele comportamento inadequado, muitas foram as perdas, mas agora este é o momento de se concentrar nos ganhos vindouros. E eles virão! Seu novo comportamento, sua nova conduta, vão lhe trazer muitas recompensas, pense nelas!
A terceira questão é o esclarecimento das metas! A remoção das barreiras para a mudança. Como temos falado, a mudança não é um processo fácil, requer esforço e algumas dificuldades serão encontradas. Portanto é importante também que você, considere este trajeto, com todos os problemas que surgirão. Ter consciência dos percalços do caminho vai ajudá-lo a se manter firme rumo à mudança!


REFERÊNCIAS:
MILLER, W. R.; ROLLNICK, S. Entrevista Motivacional: Preparando as pessoas para a mudança de comportamentos adictivos. Tradução: Andrea Caleffi e Cláudia Dornelles. Porto Alegre: Artmed, 2001.

Marcos Messias da Silva Justiniano
Psicólogo/Palestrante/Docente
(11) 98433-1067


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